Novas obras da rede de esgotamento sanitário em Venâncio Aires estão autorizadas a partir de hoje. Isso acontecerá mais de três meses depois da suspensão de novas aberturas em ruas, situação que vinha desagradando moradores e mesmo o poder público devido à demora na repavimentação.
Desde então, a Prefeitura cobrou da Companhia Riograndense de Abastecimento e Saneamento (Corsan) para que aquelas obras já iniciadas ficassem com um acabamento, no mínimo, aceitável.
Passado esse tempo e com a maior parte da repavimentação considerada satisfatória, será retomada a abertura de valas para implementação da tubulação de esgoto. O roteiro foi definido em reunião nesta terça-feira, 5, entre representantes da estatal e da Administração Municipal.
“Vamos sair do centro da cidade e são trechos [veja box] estratégicos para o funcionamento das redes. É possível que o trabalho já recomece nesta quarta-feira”, explicou a secretária de Planejamento e Urbanismo, Jalila Böhm Heinemann.
De acordo com o superintendente regional da Corsan, José Epstein, serão quatro frentes de trabalho. “Elas atuarão sempre em partes de até 12 quadras e serão 30 dias para a abrir e fechar. Só depois, se vai para a 13ª rua. Tudo depende do tempo, mas a ideia é começar logo”, explica.
O prefeito Giovane Wickert destacou a necessidade de um “cronograma mais ajustado”. “Não pode uma rua ficar mais de dois meses em manutenção, ainda mais nas ruas centrais. Vamos cobrar a rigor.”
Wickert também exigiu que em dias de chuva o material seja reposto nas valas abertas e que em dias de sol a poeira seja amenizada com água. “A repavimentação vamos acompanhar de perto. Pois dos 17 trechos feitos até aqui [dos quais 13 foi exigida a ‘repavimentação da repavimentação’], ainda estou em inconformidade com vários.”
A secretária Jalila confirmou o que chamou de ‘revisões pontuais’. “Teremos novas frentes de revisão de pavimentação de paralelepípedo em cinco quadras.” Mas essa relação não foi divulgada.
CONTRATO
Segundo a Corsan, são atuais 35 quilômetros de rede de esgoto contratados com a Encosan, de Porto Alegre (único contrato em aberto), o que corresponde a R$ 15 milhões em investimentos. São 11 km já concluídos.
De acordo com José Epstein, com a empresa Arcol, de Lajeado, que tinha contrato para executar 8 km, o acordo foi encerrado devido a pavimentações não executadas. “Para esse caso, assinamos um convênio com a Prefeitura de R$ 24 mil para repavimentação.” Essa obra ocorrerá em trechos das ruas Cláudio Reckziegel e Emílio Michel.
TRECHOS AUTORIZADOS
- Rua Wilma Helena Kunz, trecho entre as ruas 13 de Maio e Henrique Vila Nova
- Rua Cláudio Reckziegel, entre as ruas 15 de Novembro e Senador Pinheiro Machado
- Rua Tiradentes, trecho entre as ruas Senador Pinheiro Machado e Herval Mirim
Corsan anuncia melhorias de R$ 1 milhão em elevatória da ETE
Durante esta terça, representantes da Corsan também confirmaram um investimento de R$ 1 milhão para a complementação das edificações da elevatória de esgoto bruto final e urbanização da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE).
Segundo o diretor de Expansão da companhia, Julio Eloi Hofer, serão melhorias que visam atender às legislações operacionais e ambientais. “Houve alterações nas normas regulamentadoras do projeto, então haverá obras de segurança e adequações, gradeamento, acabamentos, automação de equipamentos e sensores de níveis.”
É essa elevatória, localizada próxima à rua 1º de Março com a Pedro Grunhauser, que recebe toda a rede do Loteamento Artus e do bairro União. Ela fica a cerca de 200 metros da estação maior.
COLETA
- Sobre a ETE, a ideia da Corsan é que, até o fim do ano, cerca de 800 residências na parte baixa da cidade (onde existem as caixas de inspeção nas calçadas e houve a vistoria), sejam notificadas para providenciar as ligações da rede de esgoto. Hoje são cerca de 40 casas que já têm esgoto coletado.
- Com isso, mais casas podem ter o esgoto coletado diretamente junto à estação. “Ainda não há uma grande adesão, mas é uma questão ambiental. Se houver consciência, todos vão se conectar, porque esse esgoto não volta para o meio ambiente”, destacou o diretor de Expansão, Julio Eloi Hofer.
- Conforme a Corsan, quem for notificado e realizar a ligação em até 30 dias, tem seis meses de carência para a taxa de tratamento, que vem junto da fatura de água. Quem não solicitar em até 120 dias, vai receber a cobrança pela disponibilidade da rede de esgoto, que é o dobro da taxa [140%]. Esse recurso da disponibilidade vai para um fundo estadual, que não volta para o município.