Pamella da Silva: diálogo, aulas atrativas e a consciência do papel de educar

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Já na infância, a professora Pamella Tucunduva da Silva, 33 anos, gostava da sensação de contribuir para o aprendizado de alguém. O que, na época, era apenas uma brincadeira de ‘escolinha’ segue como motivação nas aulas de Língua Portuguesa na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Professora Odila Rosa Scherer, onde atua desde 2015.

“Acredito que é o aprendizado que nos torna mais humanos, mais conscientes e mais vivos. Ser professora me ajuda a me sentir uma pessoa de valor, pois sinto que é na sala de aula que contribuo com o processo de tornar o mundo um lugar melhor”, diz a profissional.

No dia a dia, Pamella busca tornar os alunos mais conscientes, humanos e autônomos. “Não é fácil, não é rápido, não é simples e não é sempre algo feliz. Fazer a diferença não é um processo indolor e, por vezes, é extremamente cansativo e frustrante, especialmente quando tentamos abarcar todos”, reconhece.


“Os estudantes querem ser vistos e ouvidos. Portanto, querem um professor que, muito mais do que fale e ouça, também permita que eles falem e ouçam.”

PAMELLA TUCUNDUVA DA SILVA – Professora


No entanto, ela acredita que, por meio de aulas bem planejadas, objetivos claros e intervenção ao encontro do que deseja, o professor pode, sim, garantir que os alunos se envolvam com a construção do conhecimento e gostem da escola. “Um professor consciente de seu papel faz a diferença. Se os alunos veem que a aula tem objetivo, eles dão conta.”

TECNOLOGIA

Entre as formas de trabalhar em sala de aula estão textos problematizadores, leituras e discussões, além da utilização de ferramentas tecnológicas, como os próprios celulares dos alunos. Uma das atividades desenvolvidas com a turma do 7º ano 1, da qual é conselheira, foi um trabalho a partir do jogo Homo Evolution.

Por meio dele, os alunos discutiram as diferenças entre mito e pensamento científico, criaram um mapa conceitual e trabalharam estruturas de frases, além de construírem textos. “Foi uma forma de usar o celular para aprender um conteúdo sobre estrutura das frases, gramática e a diferença de verbos de ligação e de ação”, explica Pamella.

Atividades em grupo, hora da leitura e utilização do celular como ferramenta pedagógica estão entre as formas de trabalho da professora Pamella (Foto: Juliana Bencke/Folha do Mate)

Além disso, a professora destaca que o jogo também fomentou a cooperação. “Os alunos ajudavam uns aos outros a passar de fase. Há uma aprendizagem socioafetiva com os colegas”, comenta. Para a profissional, educar para o uso dos meios eletrônicos é um desafio que também precisa ser levado para a sala de aula e ajuda a despertar o interesse dos adolescentes.

Esse, assim como outros conteúdos, é trabalhado com diálogo e empatia. Pamella acredita que fazer com que o aluno goste das aulas exige “olhar” para ele. “Olhar no sentido de ver um ser humano com vontades, desejos, sonhos, tédios, tristezas, alegrias, e não apenas um ver nome no caderno de chamada. A partir desse meu princípio, procuro dialogar ao máximo com eles, porque eles têm muito a dizer.”

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PERFIL

Pamella Tucunduva da Silva é licenciada em Letras, com habilitação em Português e Inglês, pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Tem especialização em Literatura Brasileira pela Universidade do Rio Grande do Sul (UFRGS) e mestrado em Letras – Leitura e Cognição, pela Unisc.

A professora leciona para turmas de 6º e 7º ano na Emef Odila Rosa Scherer. Além disso, atua na Escola de Educação Básica Educar-se, em Santa Cruz do Sul. A vice-diretora da Escola Odila, Liliana Becker de Moraes, define Pamella como uma professora muito criativa e que utiliza bem os meios tecnológicos. “Ela está sempre em busca de coisas diferentes e assuntos atuais. Com isso, consegue se aproximar dos alunos.”

SÉRIE DE MATÉRIAS

Desde a semana passada, a Folha do Mate divulga as matérias sobre os finalistas do prêmio ‘Adiante, professor’. Amanhã, será a vez da professora Larissa Harres Zucchelli Bittencourt, que concorre na categoria Ensino Médio.

A série de matérias se estende até dia 22. No dia 23, durante a Feira do Livro, ocorre premiação dos finalistas e revelação do professor destaque.

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Juliana Bencke

Juliana Bencke

Editora de Cadernos, responsável pela coordenação de cadernos especiais, revistas e demais conteúdos publicitários da Folha do Mate

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